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A agência encolheu

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Transações bancárias com celular crescem exponencialmente e vão mudar o perfil do sistema financeiro.

 

No dia 5 de outubro, Cândido Leonelli, diretor responsável pela estratégia tecnológica do Bradesco, foi surpreendido com um relatório de atividades. Naquela sexta-feira sem nada de excepcional, os clientes haviam realizado 1,7 milhão de consultas a saldos, transferências e pagamentos por meio de dispositivos móveis. “O recorde anterior havia sido no dia 6 de setembro, véspera do feriado”, diz Leonelli. “Não esperávamos batê-lo tão cedo.” O bancão de Osasco não é o único a celebrar recordes. O arquirrival Itaú, pioneiro no lançamento de aplicativos para tablet, vem notando o mesmo fenômeno. Entre o lançamento em 2008 e o fim de 2011, 1,1 milhão de clientes haviam baixado os aplicativos do banco para seus aparelhos.

Nos nove primeiros meses deste ano foram 2,2 milhões de downloads – o dobro da soma dos três anos anteriores. “Estamos tentando nos antecipar às necessidades da clientela”, diz Alexandre de Barros, vice-presidente de tecnologia do Itaú. A crescente utilização de celulares e tablets promete ser a mais profunda revolução do sistema financeiro, desde o advento do banco pela internet. “Os pagamentos móveis, realizados por meios eletrônicos, vão prevalecer no futuro, dominando os meios de pagamento”, disse Murilo Portugal, presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) em um congresso de meios de pagamento na segunda quinzena de outubro.

Há cada vez mais correntistas conectados, e os que se plugam passam a usar seus dispositivos móveis intensamente. A estimativa dos bancos é de que em 2010 tenham sido realizados 12 milhões de transações. Esse volume teria mais que triplicado em 2011, para 40 milhões, e a projeção para 2012 supera 100 milhões de transações. Não por acaso, a expectativa da Febraban é de que as transações realizadas por meio de dispositivos móveis se tornem tão importantes quanto as feitas pela internet em, no máximo, sete anos. O crescimento vem se justificando por dois vetores. O primeiro, previsível, é o aumento da participação de smartphones no universo de 258 milhões de celulares ativos no País.
Celulares com mais funções facilitam a adoção de novas tecnologias. O cidadão com um telefone “esperto” usa o tráfego de dados para tratar com seu banco. Assim, soluções antes restritas às instituições financeiras podem ficar à disposição do usuário. Um bom exemplo é o depósito de cheques via celular. Em teoria, é simples: em vez de ir à agência enfrentando o trânsito, os incômodos do detector de metais, a interminável fila – onde não é permitido passar o tempo falando ao celular – e um eventual assalto, o correntista fotografa a frente e o verso do cheque e o envia por e-mail à agência.
O depósito físico pode ser feito depois, quando houver menos fila ou menos trânsito. Já utilizado pelas agências bancárias localizadas em regiões remotas para reduzir o tempo e o trabalho na compensação dos cheques, esse sistema – conhecido pelo nome técnico de trunking – estará à disposição de todos os clientes. “Ainda precisamos fazer alguns testes para garantir que a qualidade das imagens enviadas esteja de acordo com as regras de compensação de cheques, mas esse sistema vai facilitar a vida do correntista”, diz Leonelli. “Pense em quanto tempo um comerciante que recebe vários cheques por dia vai poupar.”
A chegada das transações por dispositivos móveis era esperada, mas o que está surpreendendo os executivos bancários é a velocidade do crescimento, a taxas que superam 4.000%, das transações realizadas por celulares simples, que representam a grande maioria do mercado. 
Os dados da Febraban mostram que o número de contas-correntes que realizavam transações por meio de celulares avançou de 1,1 milhão em 2009 para 3,3 milhões em 2011, e as estimativas dos especialistas são de que essa cifra supere 4,5 milhões,em 2012. Mesmo usuários que têm pouco contato com tecnologia estão familiarizados com os SMS. “O envio das mensagens de texto é algo corriqueiro, até para quem não tem muito contato com tecnologia”, diz Leonelli. “Para esses clientes, transferir suas atividades bancárias para os celulares é apenas uma questão de tempo.”
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FONTE:
Istoé Dinheiro, publicado em 26 de outubro de 2012.

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